quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Vendo como ficcionista - TRUE DETECTIVE



No ano de 2012, os detetives Rust Cohle e Martin Hart, do estado de Louisiana, são convidados a reabrir um caso que julgavam ter sido resolvido em 1995.

Na época uma garota de programa foi encontrada morta num descampado, em meio a uma série de indícios bizarros que sugeriam uma elaborada ritualística satanista. Este foi considerado um crime isolado.



Anos se passaram, e os dois policiais, que desde o primeiro contato perceberam que eram indivíduos de personalidades opostas, se separaram e seguiram seus caminhos.  

Mas depois que a polícia encontra uma vítima em um cenário idêntico ao caso de 95, fica patente que o homem que se pensava ser o autor do primeiro crime voltou a agir (ou seria um imitador?).

Criado por Nick Pizzolatto e dirigida por Cary Fukunaga, TRUE DETECTIVE promete ser o novo sucesso “viciante” da HBO. Assim como GAME OF THRONES, da mesma emissora, a nova série é veiculada aos domingos e tem exibição simultânea nos Estados Unidos e no Brasil.

Eu assisti aos primeiros dois capítulos e estou ansioso para ver a continuação!
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Vendo a série como  ficcionista:
TRUE DETECTIVE usa uma premissa que, por si, já é instigante. Começar pela descoberta de uma cena de homicídio bem elaborada, mapeada em seus mínimos detalhes, é sempre uma boa forma de “içar” o espectador (em breve, na minha série de vídeos, vou falar sobre “ganchos” na narrativa).
Fiz uso da mesma lógica narrativa no meu livro Presságio – O assassinato da Freira Nua, cuja primeira cena apresenta o exame papiloscópico do homicídio da freira Bianca... Mas essa é uma outra história.

O seriado da HBO também brinca de mostrar e esconder, dividindo a narrativa em núcleos no presente (nos quais os dois protagonistas ganham status de narrador-personagem) e uma narrativa puramente dramática, na qual os eventos do passado são mostrados em flashback.

O tempo passou e eles não são os mesmos... O que será que aconteceu?

Se você é escritor ou simplesmente gosta de dissecar um bom thriller, atente à forma como as sequências e principalmente os capítulos são divididos no pré-clímax (momento em que uma nova peça do quebra-cabeça é descoberta, e uma série de novos questionamentos são suscitados na mente do espectador).

E aí? Gostou da dica? Já assistiu à nova série?
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