quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Vendo como ficcionista - TRUE DETECTIVE



No ano de 2012, os detetives Rust Cohle e Martin Hart, do estado de Louisiana, são convidados a reabrir um caso que julgavam ter sido resolvido em 1995.

Na época uma garota de programa foi encontrada morta num descampado, em meio a uma série de indícios bizarros que sugeriam uma elaborada ritualística satanista. Este foi considerado um crime isolado.



Anos se passaram, e os dois policiais, que desde o primeiro contato perceberam que eram indivíduos de personalidades opostas, se separaram e seguiram seus caminhos.  

Mas depois que a polícia encontra uma vítima em um cenário idêntico ao caso de 95, fica patente que o homem que se pensava ser o autor do primeiro crime voltou a agir (ou seria um imitador?).

Criado por Nick Pizzolatto e dirigida por Cary Fukunaga, TRUE DETECTIVE promete ser o novo sucesso “viciante” da HBO. Assim como GAME OF THRONES, da mesma emissora, a nova série é veiculada aos domingos e tem exibição simultânea nos Estados Unidos e no Brasil.

Eu assisti aos primeiros dois capítulos e estou ansioso para ver a continuação!
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Vendo a série como  ficcionista:
TRUE DETECTIVE usa uma premissa que, por si, já é instigante. Começar pela descoberta de uma cena de homicídio bem elaborada, mapeada em seus mínimos detalhes, é sempre uma boa forma de “içar” o espectador (em breve, na minha série de vídeos, vou falar sobre “ganchos” na narrativa).
Fiz uso da mesma lógica narrativa no meu livro Presságio – O assassinato da Freira Nua, cuja primeira cena apresenta o exame papiloscópico do homicídio da freira Bianca... Mas essa é uma outra história.

O seriado da HBO também brinca de mostrar e esconder, dividindo a narrativa em núcleos no presente (nos quais os dois protagonistas ganham status de narrador-personagem) e uma narrativa puramente dramática, na qual os eventos do passado são mostrados em flashback.

O tempo passou e eles não são os mesmos... O que será que aconteceu?

Se você é escritor ou simplesmente gosta de dissecar um bom thriller, atente à forma como as sequências e principalmente os capítulos são divididos no pré-clímax (momento em que uma nova peça do quebra-cabeça é descoberta, e uma série de novos questionamentos são suscitados na mente do espectador).

E aí? Gostou da dica? Já assistiu à nova série?
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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Romance vampírico: moda ou gênero literário?


Em 2009, quando decidi escrever um suspense vampírico, lembro-me de ouvir alguns amigos comentando “aí, cara! Aproveita que vampiro  na moda!”.
Ouvi tanto aquilo que fui obrigado a refletir se meu desejo de lançar um suspense fantástico era devido ao fato de achar, mesmo subconscientemente, que seria mais fácil ser bem sucedido ao escrever um tipo de história que estava no foco da mídia.

Pensei muito sobre aquilo e decidi que, se fosse escrever uma história com bebedores de sangue, ela teria de ser diferente de tudo que já tinha sido visto, e decidi escrever um suspense com forte referencial histórico. Por isso achei melhor estudar mais, pesquisar e desenvolver melhor o argumento e os personagens, até que me senti à vontade para escrevê-lo em 2012.

“Mas a moda de vampiros passou, cara”, dizem as mesmas pessoas que me incentivaram a escrever, em 2009... E aí? Será que o vampiro é mesmo uma modinha?!

Não posso negar que, depois do CREPÚSCULO, de Stephenie Meyer (hoje uma das ficções mais lidas da história), os romances de vampiros bonzinhos, adolescentes e apaixonados se multiplicaram ao ponto de se tornar uma espécie de epidemia literária. Não condeno quem gosta, mas não faz muito meu gênero... 

Filmes, livros, jogos e até seriados continuam sendo lançados e consumidos por um público fiel, e seria leviano dizer que este não é um subgênero de terror, suspense ou... Romântico (?). 

Mas de onde vem esse interesse que as pessoas têm por vampiros?

Em inúmeras civilizações, e em períodos históricos diversos, encontramos referências aos bebedores de sangue. Eu não me surpreenderia arqueólogos divulgassem desenhos de vampiros pré-históricos pintados nas paredes de cavernas. Acho provável que o homem fale sobre vampiros desde que desenvolveu uma linguagem articulada.

No Brasil, o sucesso de autores como ANDRÉ VIANCO, GIULIA MOON ou KIZZY YSATIS é incontestável. Outros autores vêm ganhando leitores a cada dia, como LEONARDO BRUM, MARCIO TAKENAKA, MARI SCOTTI e muitos outros.

Recentemente tem se falado muito na adaptação do livro ACADEMIA DE VAMPIROS, de Richelle Mead, que conta a história de Rose Hathaway, uma garota meio humana, meio vampira, que tem a missão de defender Lissa Dragomir, princesa de um clã de vampiros. A série já vendeu mais de 3,5 milhões de cópias nos Estados Unidos e figurou por meses entre os mais vendidos da lista do New York Times. Assim como o CREPÚSCULO, a história é protagonizada por vampiros bonzinhos que se alimentam de voluntários, e o cenário da história é uma escola (de vampiros, mas mesmo assim uma escola). O filme foi dirigido por Mark Waters, mesmo cineasta que assina filmes como MENINAS MALVADAS e AS CRÔNICAS DE SPIDERWICK.




E para os meus leitores, que estão ansiosos por um novo suspense, peço que tenham um pouco de paciência, pois o livro está pronto há alguns meses. No entanto, como ainda não tenho data prevista para o lançamento, prefiro não revelar muito sobre o projeto.
Afinal, o suspense é a alma do negócio...

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domingo, 19 de janeiro de 2014

VOZ NARRATIVA - De quem é aquela voz que você está escutando?


Um leitor que se aventura em suas primeiras experiências literárias talvez não tenha a sensibilidade de perceber a série de nuances e possibilidades que se escondem por trás do ato de contar uma história.

Com um tempo, mesmo que intuitivamente, percebe-se que umas histórias são relatos de personagem que as viveram (narrador em 1ª. Pessoa) e outras são contadas por um narrador misterioso cuja identidade ninguém pode definir (3ª. Pessoa). Mas acho que disso você já sabe, né?

Para o escritor não basta conhecer as possibilidades narrativas, as formas como ele pode se dirigir ao leitor, quanto da história ele vai revelar saber ou mesmo que “distância” ele vai guardar do seu leitor. O autor deve ouvir à sua voz narrativa e tentar identificar nela suas influências.

Daí a importância de ler o maior número possível de autores e de tentar identificar, em todos eles, as características que norteiam o seu pensamento na hora em que você vai escrever.

A tal voz narrativa pode ser definida como a maneira como o leitor escuta, em sua mente, a voz daquele que lhe conta a história. Mas, antes disso, é a forma como a ideia se apresenta na mente do autor.

E quem conta a história para que o escritor a ponha no papel?

Conheça suas referências e perceba quando elas se manifestam. Seus personagens podem falar como seus amigos ou como personagens de um velho filme que você assistiu há muitos anos. Seu narrador, mesmo que supostamente protegido na distante terceira pessoa, pode falar com o mesmo tom de outros autores que você leu e admira.

Então, eu lhe pergunto: quem está contando suas histórias? Você ou uma projeção, em sua mente, do seu autor preferido? Parece absurdo ou surreal? Medite e você verá que faz sentido.

Quando era adolescente, adorava os livros de Nelson Rodrigues, suas histórias trágicas e dramáticas, seus personagens enfáticos e apaixonados. Anos depois, quando decidi escrever, acabei emprestando aos meus personagens aquela mesma intensidade dramática que lia em livros como “Asfalto Selvagem” ou “A Vida Como Ela É...”, mas logo percebi que não era eu quem estava escrevendo aqueles diálogos, mas uma espécie de projeção de outro autor em minha mente. Isso não diminui o valor da minha obra, nem configura em nenhuma espécie de plágio ou coisa que o valha, mas perceber aquilo me incomodou. O mesmo fenômeno se repetiu alguns anos depois, quando eu encontrei, em alguns pontos da minha narrativa, estilos que remetiam ao texto de Stephen King ou George R. R. Martin. 

Pesquisei um pouco sobre o assunto e descobri que esse é um fenômeno relativamente comum para quem começa a escrever, e até mesmo para escritores experientes (acontece menos, mas vai acontecer em algum momento). 
E o que você pode fazer para evitar e resolver o problema?

A forma mais segura de encontrar sua própria voz narrativa é continuar lendo inúmeros escritores, de diferentes estilos, e sempre identificar as influências de outros autores em seu texto, quando elas se apresentam. Não estou sugerindo que você evite ouvir a voz dos autores que lhe influenciam, mas é sempre bom “lapidar” o texto, num segundo momento, na tentativa de evitar esse tipo de contaminação.

Com o tempo, à medida que você conhecer suas influências e aprender a lidar com todas, sua própria voz narrativa vai se destacar em meio a tantas influências. Esse é um processo natural. Aceitá-lo e conhecê-lo é sempre o melhor caminho a se seguir...

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sábado, 18 de janeiro de 2014

Entrando no clima – a curiosa primeira cena hot de Christine Feehan

Christine Feehan, autora dos best sellers da série DARK SERIES, emplaca o terceiro lugar na lista americana das ficções mais vendidas, segundo o jornal THE NEW YORK TIMES, com o livro DARK WOLF. Este é o vigésimo quinto livro da série, que conta a história de vampiros bonzinhos que se recusam a matar humanos e decidem... Você sabe, fazer outras coisas com eles. 


O mais interessante parece ser a forma como a autora começou.

Segundo a Christine, a ideia para sua primeira cena de sexo veio durante uma aula de matemática, e é claro que a garota foi flagrada pelo professor. “Eu tinha apenas 13 anos e não sei qual de nós ficou mais envergonhado”, diz a escritora. 

Apesar de começar cedo, a autora adiou sua estreia no mundo literário. Durante 20 anos, foi instrutora de karatê e criou 11 filhos (pois é...). 

“Eu escrevia para mim mesma, mas meu marido lia todos os meus livros... E adorava! E se não gostasse, melhor que metesse um sorriso no rosto e fingisse que tinha aprovado”, brinca a escritora.

“Geralmente, sou capaz de escrever com toda a casa caindo em meu redor”, ela arremata.



E você? Onde estava quando escreveu sua primeira cena?
Você acha que é necessário silêncio e paz para trabalhar? Ou é como a Christine, que escreve em meio a uma algazarra doméstica?

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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

É possível ter sucesso escrevendo dois gêneros?

Comédia ou histórias de zumbi?! Você tem certeza de que é capaz de escrever livros hilariantes, e todos os seus amigos morreram de rir quando leram seu último lançamento, mas logo a premissa de um livro de terror de arrepiar os cabelos começa a lhe assombrar. Aí, você senta e escreve sua história, e ao lançá-la, percebe que o livro não gerou tantos comentários quanto o anterior. Um ano se passa, e você decide escrever um livro de poesias, retirando do baú aqueles versos que escreveu há alguns anos... E aí? Será que isso dá certo?

As opiniões são divergentes.

Já tive a oportunidade de conversar com editores e outros profissionais envolvidos na cadeira de produção do livro sobre este assunto. A imensa maioria é inflexível quanto à opinião que todo escritor tem de escolher um gênero específico e trabalhar nele.

Está em dúvida? 
"May the odds be ever in your favor"!
(Jogos Vorazes, Suzanne Collins)

Você pode se perguntar se é correto ignorar parte da sua pulsão criativa ou pode racionalizar e dizer que não existem regras para o sucesso. Que tudo pode acontecer. Não se engane...

Veja bem: não quero dizer que você não possa escrever livros de comédia e de zumbis (ou mesmo uma comédia de zumbis). Minha intenção é mostrar que talvez esse não seja o caminho certo para quem quer ser lido por um grande número de pessoas.

Fazendo pose de autor de suspense (mamãe acha lindo)

Pense bem: você lança seu primeiro livro, uma comédia, e consegue, em um ano, pouco mais de 1.000 leitores (no Brasil, esta não é uma marca de best-seller, mas pode indicar que você está no páreo). No ano seguinte, você surpreende seus leitores com um livro de zumbis. É claro que muita gente é eclética e lê inúmeros gêneros, mas tenha certeza de que grande parte dos seus leitores em potencial serão perdidos nesse instante.


Você deve estar se perguntando o que me credencia a ser tão taxativo em minha opinião, e eu lhe respondo que sei, porque já passei por isso.

Lancei um romance erótico em 2008, um suspense em 2009 (O Maníaco do Circo) e duas comédias nos anos seguintes. Em quatro anos, vendi cerca de 3.000 exemplares de 3 gêneros diferentes, e o que percebi foi que, mesmo tendo uma ótima resposta dos leitores (pelo menos em relação à maior parte dos títulos), a maioria das pessoas que me procuravam para dar sua opinião sobre um dos meus livros, pedia outro título do mesmo gênero.

Por isso vi que era hora de me decidir por um gênero e escolhi o suspense. E ao me decidir, tudo mudou.

Escrevi meu segundo suspense (o quinto romance) e, pela primeira vez, resolvi sair da zona de conforto das publicações independentes e enviar meu original para uma grande editora. A Novo Século respondeu à minha proposta e apostou no potencial do Presságio – O assassinato da Freira Nua (que se tornou um sucesso e público e crítica).

Lembre-se: é importante se decidir por um gênero. E isso vai ajudá-lo a alcançar um número maior de leitores, mas você não é obrigado a se manter preso a um subgênero (como suspense policial com realismo fantástico).

Um autor de suspense, como o Stephen King, por exemplo, tem suspenses fantásticos, suspenses de vampiros, histórias de monstros, ETs e paranormais. Umas tendem mais para o terror, outras para o suspense clássico. Você pode seguir o mesmo caminho (pelo menos foi esse o caminho que eu escolhi).

Ainda mais importante que escolher um gênero é conhecer sua voz narrativa... Mas esse é o tópico de outro artigo.

E você? O que acha do assunto?


Como leitor, você fica curioso em conhecer o trabalho do seu escritor preferido quando ele lança um livro de gênero um pouco distinto do padrão?


E se você é um autor, como você se vê em relação ao futuro? Você concorda ou discorda com a minha opinião? COMENTE! Sua opinião é importante!


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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

SILVIA DAY fatura adiantamento de 8 dígitos pelos seus próximos 2 títulos

O romance erótico, que até 2012 parecia ser um gênero marginal de literatura, se considerarmos as cifras das vendas de seus livros, passou a alavancar o faturamento da indústria literária norte americana desde o lançamento da série 50 TONS DE CINZA, da escritora E L James. Publicada pela KNOPF DOUBLEDAY, uma das editoras do grupo HANDOM HOUSE, a série já alcançou a marca dos 13 MILHÕES DE EXEMPLARES vendidos. 

A BARNES AND NOBLE, segunda maior rede de livrarias norte americana, notificou uma alta em suas margens de lucro no mês de agosto de 2012 e atribui o aumento das vendas ao repentino sucesso da série de romance erótico. Realmente um fenômeno, visto que o grande sucesso da série se atribui ao fato de que leitores que não costumavam consumir esse tipo de leitura acabou cedendo ao apelo que o sucesso do título gerou. 

SILVIA DAY, que já lançara mais de 20 títulos por diversas editoras, acabou sendo beneficiada pelo sucesso da senhora E. L. JAMES, devido ao fato de as livrarias começarem a expor seus livros ao lado dos livros da série “50 tons” (The New York Times).

Agora os boatos giram em torno da notícia de que Silvia recebeu, da editora SAINT MARTIN’S, um adiantamento de oito dígitos... É isso mesmo! Você fez a conta certa: são dezenas de milhões de dólares!

Bonita a moça não é, mas a conta bancária tá bem recheada...


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Como usar ferramentas como o Google e o YouTube em seu favor na hora de escrever?

Todo o mundo sabe que a internet é uma terra sem lei quando o tema é fidelidade de informação. Versa a respeito de tudo e sobre todos, repetindo ideias e informações, num infindável telefone sem fio no qual a veracidade se despedaça a cada comentário e a cada compartilhamento.

Todo romance (ou conto, que seja) tem sua fase de pesquisa, que sucede a concepção da ideia de uma premissa dramática. Você sabe que quer contar a história de um Fulano de Tal, que se mete num determinado conflito, mas logo percebe que tem de saber mais sobre a profissão que escolheu para seu personagem ou sobre o lugar onde ele mora.

Finalizei, há alguns meses, um thriller fantástico que tem como cenário a Roma antiga. Não quero contar muito sobre a obra ainda, mas posso dizer que misturar seres fantásticos com referenciais históricos é algo bem complicado. Por onde você começaria?

Eu confesso: não resisti ao Wikipedia. Espera! Mas o Wikipedia não é aquela enciclopédia on line na qual todo o mundo parece ser especialista em tudo? Pois é.

Não estou dizendo que você pode embasar sua pesquisa UNICAMENTE no site, mas creio que é um bom começo.

Veja se você concorda comigo: no site você vai encontrar sempre informações verdadeiras em meio a um monte de besteira, mas lembre-se de que você não vai usar tudo o que lê. Considere o Wikipedia como um “brainstorm”, uma tempestade de ideias sem sentido. Depois que você decide o que quer ou não usar, cabe fazer uma nova triagem de fontes que COMPROVEM os dados da primeira pesquisa.



Nessa hora, cabe usar o YouTube. Lá você vai encontrar palestras, aulas ou programas de TV que vão reforçar ou combater frontalmente as ideias que você leu na primeira fase de pesquisa.

Então é isso! Agora você já sabe um pouco sobre o assunto que deseja usar em seu romance, e certamente está apto a procurar os livros corretos que vão tirar suas dúvidas.

Se o assunto da sua pesquisa é História, sugiro que procure biografias das personalidades que serão mencionados em seu romance. 
Outra fonte interessante de pesquisa é a série História da Vida Privada, que lista hábitos alimentares, religiosos, sociais e familiares da época estudada. Ao mencionar o que seus personagens comiam ou como se vestiam, seu romance proporcionará aos leitores um pouco de imersão.


Para visualizar os cenários antes de escrever, uma boa pedida são os livros de arte de pintores da época.

E você? Como você começa a sua pesquisa?

Compartilhe a sua experiência conosco e comente!

Conheça a história do autor de suspense que lança um romance a cada cinco semanas

“Ser escritor é como estar de cara com o tubarão, ou você continua nadando ou você morre”. Esta é a filosofia de Craig Osso, o autor independente que escreve sob o pseudônimo de Russel Blake. Ele tem lançado livros de suspense, romances policiais e romances de mistério numa velocidade assombrosa: um novo livro a cada cinco semanas (e você aí protelando aquele seu livro há um tempão).


Craig Osso começou tarde. Aposentado precocemente, Craig venceu o tédio escrevendo. Escreveu o primeiro romance e decidiu que não era bom, depois deletou a história. Tentou de novo, e mais uma vez, mas não se contentou com o resultado. O mesmo aconteceu com seus quatro primeiros romances (exigente, não?). E quando finalmente decidiu que tinha escrito algo bom (seu sexto romance), ofereceu-o a algumas editoras, mas nenhuma delas quis publicá-lo. 

Oito anos se passam, e Craig resolveu publicar seus livros independentemente na Amazon’s Kindle Self Publishing. Lançou seu primeiro romance independente, um thriller financeiro chamado Câmbio Fatal (Fatal Exchange, 2011), na plataforma digital, mas não conseguiu ter muito sucesso, faturando apenas U$ 18,00 no primeiro mês. 


Foi nesse momento que Craig (ou melhor, Russel Blake) decidiu que quanto mais livros escrevesse, mais chance teria de obter sucesso. Nos meses seguintes, escreveu mais sete livros, incluindo O Colapso de Gerônimo (Geronimo Breach), um thriller que conta a história de um diplomata desonesto, O Rei de Espadas e A Crônica de Delfos (The Delphi Chronicle).


“Eu continuei escrevendo até que a demanda aumentasse”, diz Craig. “Este é o lado positivo de estar desiludido.”

Durante algum tempo, Craig investiu em média 1.500,00 dólares por livro em editores e capistas, que revisavam seus livros e criavam as capas das suas publicações digitais. Ele criou uma rotina diária de trabalho digna de admiração. Começa escrever às 8h, com uma parada rápida para o almoço, e retoma o trabalho, com uma nova parada ao final da tarde para uma caminhada de uma hora. Depois volta a trabalhar até às 00h. 

A coisa começou a dar certo quando Craig resolveu dispor seu primeiro livro gratuitamente na amazon e percebeu que, ao lançar um livro por mês, ele seria constantemente divulgado pelo site, pois o algoritmo da amazon prioriza as novidades. Dessa forma, seu nome estava sempre em evidência. 

Craig tem hoje 52 anos, mora em Baja e só toma café descafeinado.
“Imagine o que eu faria se ingerisse cafeína?”, brinca o autor.

ou
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Minha opinião:
Você não precisa escrever um livro a cada cinco semanas para se tornar um escritor de sucesso, mas a grande lição que devemos tirar do depoimento do Craig é que, ao invés de desistir com as primeiras decepções, com as negativas das editoras, o melhor que o autor faz é continuar escrevendo. 

E você? O que tem feito para “continuar produzindo”?

Crie novas histórias e divulgue as antigas. Não tem erro! O sucesso pode demorar, mas uma hora ele chega!

Responda: será que o ritmo alucinante de produção de Craig diminui a qualidade dos seus livros? O que você acha?
Dê sua opinião sobre o assunto, comentando, abaixo!

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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Globo de Ouro premia "Breaking Bad" como melhor série de 2013

Neste domingo, dia 12, Breaking Bad levou o prêmio de melhor série de drama, e Bryan Cranston ganhou como melhor ator em série de drama.

A série, dirigida por Vince Giligan e protagonizada por Bryan Cranston, teve sua última temporada em 2013 e conta a história de Walter White, um químico brilhante, mas desvalorizado e submisso, que vive no estado do Novo México (Estados Unidos) como professor de colegial. Walter descobre que tem um câncer que o levará à morte e percebe que desperdiçou sua vida e seu talento. Apavorado com a perspectiva de deixar sua família desamparada, ele resolve sintetizar meta-anfetamina para ganhar dinheiro.



Eu sou fã da série e no momento estou assistindo à quinta temporada. O prêmio é merecido, porque Breaking Bad é uma série instigante. Não somente pelo drama do protagonista, mas pela composição dos personagens secundários, pelos diálogos brilhantes e pelas reviravoltas constantes. A série é uma montanha russa!

Clique aqui e leia a matéria da FOLHA DE SÃO PAULO para conhecer os ganhadores das outras categorias.




domingo, 12 de janeiro de 2014

Acabou de escrever seu romance? Agora é que o trabalho duro começa...

Depois de passar dias se consumindo, você tem aquela ideia fantástica e muda o final da sua história, que antes parecia forçado ou clichê. Então, todo feliz você decora o rodapé do seu original com um capital e negritado FIM, e posta a foto, todo orgulhoso no Instagram

Ok, você está certo em celebrar a primeira etapa do seu trabalho, e tem todo o direito de fazê-lo. Eu mesmo costumo dividir com meus leitores essa pequena vitória, a alegria de ter finalizado mais um processo de criação. Mas você tem de saber que o trabalho está apenas começando!

Veja bem: estou supondo que você levou em consideração as técnicas de estruturação, a vigilância constante com características e pontos de vista dos personagens e aspectos como congruência e continuidade (se você não sabe o que esses termos significam, fique atento às próximas postagens do blog. Estou trabalhando numa série de vídeos sobre estruturação).

Livro terminado, você imprime um original e envia para uma grande editora, certo? Errado!

Está na hora de lapidar o texto. E o que seria essa “lapidação”? 

Para mim, um bom tratamento de texto se resume em uma palavra: “cortes”. 
O que você tem a fazer é eliminar palavras, frases ou, em alguns casos, parágrafos desnecessários. Em casos específicos, talvez valha a pena optar por substituições em lugar dos cortes.

Como eu faço: assim que digito a última palavra do original, eu reservo um tempo para celebrar, descansar e me “desapegar” do texto. Duas semanas são suficientes, na maioria das vezes, mas em casos de extremo cansaço ou estresse, um mês pode ser necessário. É hora de intensificar as leituras recreativas, de escrever textos não literários, de passear, de rever amigos e qualquer outra coisa que me agrade. Esse tempo é necessário para que eu “esqueça o texto”, para que as imperfeições que antes eram imperceptíveis possam saltar diante dos meus olhos, na próxima leitura. 
Será que isso aconteceria com você? Claro que sim!

Vamos supor que você deu um tempo e se afastou do seu original... Agora você se desapegou do texto e pode enxergar seus pontos fortes e fracos, da mesma forma que você faz com os textos dos autores que lê. É hora de corrigir a si mesmo.

Seguem algumas dicas básicas de lapidação:




Elimine excessos:

1. Adjetivos.
Tenha em mente o axioma: “um adjetivo define um substantivo, mas dois ou mais adjetivos podem confundir”. 
Veja bem, não estou sugerindo que você escreva um texto pouco descritivo, não é isso. O que você tem de fazer é escolher quais são os adjetivos que “definem os personagens e os cenários” e os que são necessários ao texto. Tenho certeza de que você vai se surpreender quando procurar pelos adjetivos que estão sobrando e quando perceber que seu texto está apinhado de enfeites que atrasam a leitura, que diminuem a fluência do texto, e que não acrescentam em nada. 

2. Advérbios.
Os advérbios podem sabotar seu texto. Experimente reler seu original e omitir, mentalmente, alguns advérbios. Se eles não mudam o sentido real do texto e não impedem o entendimento, talvez seja uma boa ideia retirá-los dali. 

Substitua:

1. Palavras repetidas.
Se Carlos é homem, magnata e cínico, não se refira a ele como Carlos em todas as frases. Dizer que “o magnata a olhou com desdém” ou que “o cínico a ignorou e entrou no elevador” alivia o uso repetido da palavra e evita a monotonia, relembrando ao leitor as qualidades e defeitos que definem os personagens, criando empatia e imersão. Aqui, você revolve dois problemas de uma vez só.

2. Verbos incomuns.
Preciso explicar?

3. Voz passiva.
Neste ponto, tenha em mente que a clareza do texto e a objetividade de quem o escreve proporcionam, ao leitor, um texto fluente e confortável. 
“A violência do impacto o arremessou contra a parede” soa melhor que “ele foi arremessado para trás devido ao impacto que o projétil causou”. Percebe como é sutil e ao mesmo tempo óbvio? Fique atento!

4. Frases negativas.
Nossa mente dá preferência às definições afirmativas. Dizer o que ou como alguém é o define melhor do que contar como ele “não é”. 
“Viu que era impossível ignorar seus olhos” soa melhor que “Viu que não poderia não olhar para ela”. 

Agora que você poliu seu texto, é hora de submetê-lo à primeira revisão... Mas esse é assunto para outro tópico.

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sábado, 11 de janeiro de 2014

Resenha do livro "Presságio" no blog ELA E SEUS LIVROS

Presságio - O Assassinato da Freira Nua foi a mistura que deu certo. O autor soube mesclar uma história policial com dons sobrenaturais. Indico!"
(Jéssica Rezende - blog Ela e Seus Livros)

A Jéssica Rezende é uma das participantes do book tour do livro, organizado pelo Filipe Laia, do blog BOOKS EVER.

Se você quer conferir a resenha na íntegra, basta clicar na foto abaixo!


O livro continua em promoção no site da Saraiva e custa apenas R$ 9,90!
Clique AQUI e aproveite a promoção!

Romance histórico combina com fantasia?

"Brasil ganha bons romances históricos que recriam lacunas entre Colônia e Império."
Este é o título da coluna da Raquel Cozer, no site da FOLHA DE SÃO PAULO (10 de janeiro de 2014). A matéria também comenta o lançamento do livro EM BREVE TUDO SERÁ MISTÉRIO E CINZA, de Alberto A. Reis.

Meu próximo lançamento é um thriller fantástico ambientado num passado distante. A história não se passa no Brasil, mas em outro país, com rica literatura de romances históricos que serviram como referência para criação de cenários, personagens, hábitos alimentares e vestuários. Escrever romances ambientados no passado é um desafio. Escrever um romance histórico ambientado no Brasil é um desafio ainda maior... Mas não é impossível.


Capoeira (Rugendas, 1835)

O brasileiro Eduardo Spohr é um sucesso do gênero, e provou que essa mistura dá certo em A BATALHA DO APOCALIPSE e nos livros da série FILHOS DO ÉDEN.




E você? Também acha que romance histórico combina com fantasia?
Comente!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

# Lendo como escritor – WILD CARDS

Que George RR Martin é o cara todo o mundo sabe.
Quem leu uma das minhas entrevistas sabe que ele é, hoje, meu autor de ficção preferido. 
Depois que li AS CRÔNICAS DE GELO E FOGO (até o quinto volume, e esperando...), percebi que, mesmo seguindo as técnicas de estruturação já celebradas, há infinitas formas de escrever histórias que quebram paradigmas e que surpreendem os leitores.

Ao ver que o George RR Martin assinava outra série, corri para adquirir o primeiro volume de WILD CARDS, que leva o mesmo nome da série na versão americana, e que no Brasil ganhou o subtítulo O COMEÇO DE TUDO.

A versão brasileira estampa o fortão Jack Braun
(o destruidor de tanques)

A premissa é simples e, ao mesmo tempo, genial: devido a uma pesquisa biológica realizada em um planeta distante, um vírus alienígena capaz de induzir nos humanos os mais imprevisíveis rearranjos genéticos chega à Terra. O vírus é apelidado de Carta Selvagem, devido à sua fervilhante capacidade de mutação, que pode matar, criar mutantes deformados e repugnantes (chamados de curingas) ou dar ao portador da mutação uma capacidade sobre-humana (chamados de ases).

Aí está a grande sacada: a mesma história, um ponto de vista diferente.

Cada capítulo do livro apresenta um personagem ou um dos núcleos que serão explorados em outros volumes. Croyd Crenson, conhecido como Dorminhoco, é um garoto que se transforma num ás capaz de hibernar para acordar com nova aparência e com um novo poder. Jack Braun é um garoto do campo que ganha super-força e que nunca envelhece. O Tartaruga é um adolescente nerd que domina a telecinese, que move objetos com a mente. Estes são alguns dos incontáveis personagens que o livro apresenta... Mas talvez este seja o aspecto mais negativo do livro.

Ao planejar uma série de 21 livros (acho que é isso), o velho Martin deu duro e criou, com seus colaboradores, dezenas de personagens. Isso torna a obra única, mas a escolha de apresentar todos os personagens importantes no primeiro livro talvez não tenha sido a mais acertada. Pelo menos não para mim. O livro, que é uma somatória de tramas, umas interessantes, outras nem tanto, acaba se tornando um pouco chato. É difícil ficar curioso para saber o que vai acontecer, quando não se tem tempo suficiente para criar empatia pelos personagens.

Para o Martin, que é um gênio, creio que isso tenha sido previsto e devidamente planejado. É certo que nos próximos volumes (que eu certamente lerei), o autor compensará este aspecto de uma forma que só ele saberá dizer qual é...

Mas qual a lição que você, aspirante a escritor ou autor iniciante deve tirar disso?

A apresentação de um romance, as primeiras trinta, quarenta ou até sessenta páginas iniciais, geralmente apresentam os protagonistas e o conflito principal da narrativa. Você pode criar dois ou três protagonistas, o que já não é fácil, e pode criar tramas secundárias, mas depois da apresentação, os acontecimentos têm de “mover a história para frente” ou seu livro se tornará maçante...

Seguir os passos dos gênios é uma tentação, mas reflita antes de ouvir o canto da sereia!

A capa americana mostra Jet Boy, "limpo" (não afetado pelo vírus)
e herói dos ases e curingas 


Para saber mais sobre a série visite:
ou

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Acha que não tem tempo para escrever? Repense!



Sempre escuto leitores, blogueiros e jornalistas comentarem, espantados, que não entendem como um médico tem tempo para escrever. Esse também é um comentário comum entre meus colegas de trabalho. No início, eu tinha um pouco de receio de que as pessoas pensassem que eu escrevia porque tinha tempo sobrando, ou que ao fazerem este comentário estivessem sugerindo que eu não era bem sucedido na minha primeira profissão... Bobagem! Com o tempo entendi que, o que para mim parecia óbvio, era incompreensível para muita gente.

Aí, você se pergunta: “será que esse cara trabalha mais do que eu?”. Isso eu não sei responder, sei apenas que cumpro duas escalas de plantão (uma com 12 plantões e outra com 6 períodos) e trabalho seis ou sete dias por mês em cirurgias de longa duração, que me consomem o dia inteiro. Ao todo, São pelo menos 24 turnos de 12 horas de trabalho em um mês. Mesmo assim, desde 2009, escrevi um romance por ano.

E qual é o segredo? Veja bem, vou resumir minha rotina de criação em algumas dicas práticas, e talvez isso o ajude a criar sua própria rotina, mas não quero dizer que este seja o único caminho! Leia, medite, e tente aplicar as dicas à sua rotina. Você pode se surpreender!

1º Crie resumos.
A maioria das pessoas pensa que um romance se escreve digitando uma palavra após a outra (o André Vianco sempre alerta os novos escritores para esse erro). Tá bom, eu admito que existam os gênios linguísticos, e que eles sejam capazes de conceber uma história inteira, com suas tramas e subtramas de forma intuitiva, mas estes são extremamente raros. Se você não é uma espécie de superdotado literário, sugiro que faça resumos e que tente segui-los. Crie esquemas da sua narrativa, antes de começar. Como começa, quais as viradas e como termina sua história. Você não é obrigado a fazer tudo do jeito que pré-concebeu, mas isso o ajudará a manter o foco (falarei mais sobre esse tópico num vídeo de YouTube. Aguarde).

2º. Sente e escreva.
Muitos pensam que têm de encontrar um lugar especial, uma luz perfeita e um silêncio tumular para que possam escrever. Meu conselho: deixe de frescura e enfie a mão nesse teclado! Já escrevi de dia, de noite e de madrugada. Em casa, viajando ou mesmo no hospital... Espera! No hospital? Pois é, durante os plantões, o médico anestesiologista só é necessário “durante” a realização de procedimentos cirúrgicos. Entre as cirurgias, o médico pode esperar em um quarto ou numa sala (estar médico) até que sua presença seja novamente solicitada. Às vezes, não há descanso, com urgências entrando umas atrás das outras, mas nos dias em que a bruxa não está à solta, há grandes intervalos entre os procedimentos. Enquanto outros médicos conversam ou assistem TV, eu escrevo ou edito meus textos. Você também deve ter seu estar médico! Pode ser a hora do cafezinho ou o intervalo do almoço. Não interessa, você é quem vai descobrir momentos da sua rotina que estão sendo subutilizados.

3. Entenda: o escritor não trabalha apenas escrevendo.
Muitos pensam que têm de estar com o notebook no colo para estarem escrevendo. Por isso se fala tanto em “bloqueio de escritor”. Isso é balela! Entenda: o escritor trabalha analisando o texto de outros escritores, trabalha quando está pensando sobre sua história, quando está pesquisando sobre um personagem ou sobre um cenário que escolheu para uma cena. Não se martirize com “metas de produção”. Você não é uma máquina. Se quiser estabelecer metas, estabeleça metas factíveis, fáceis de cumprir, como cinco ou sete páginas por semana. Quando você superar sua meta, isso lhe trará satisfação e alegria. Metas megalomaníacas são uma receita de frustração!

4. Saiba dizer “não”.
Entenda: o que não é interessante não lhe interessa. Saiba dizer não aos convites que atrapalham sua rotina de trabalho. Noitadas e bebida em excesso vão atrasar seu trabalho por dias. Use o final de semana com moderação e você poderá namorar, confraternizar com amigos e mesmo assim produzir algumas páginas. Se os amigos reclamarem, chame-os para um café no final da tarde. Assim, você vê a galera e se enche de cafeína para trabalhar, quando chegar em casa. Tudo se resume a escolhas. Seja esperto! ;)

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Logo trarei mais dicas para escritores!
Agora, mãos à obra! 

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Afinal, o que é um AGENTE LITERÁRIO?


Percebi que esse tema tem sido mais comentado em blogs literários. Alguns autores reclamam que não encontram um agente. Outros, mais afoitos, reclamam que já tiveram, mas que foi perda de tempo.

Espera! Primeiramente, você tem de saber o que é um agente literário. Em geral, um profissional que já trabalhou em uma ou mais editoras, seja como editor ou analista, mas que tem grande conhecimento do mercado, que tem intimidade com os personagens envolvidos no processo de lançar um livro.

Você com certeza já viu o tal agente nos filmes americanos, negociando a venda de um novo romance, enquanto o autor se descabela, correndo contra o tempo para terminá-lo. A premissa já é um clichê do gênero. Mas essa caricatura traduz a realidade daquele país, onde o mercado já formalizou a necessidade de um intermediador entre a editora e o escritor. O agente negocia, com o editor, o percentual de direito autoral que cabe ao autor, um adiantamento (quando possível), e detalhes do contrato. Em geral, é remunerado com valores que oscilam entre 10% e 12,5% dos ganhos reais do autor.

Ok! Agora você já sabe o que é um agente literário, mas fica se perguntando: “e aqui, como é que a banda toca?”.

Há alguns dias, li um pequeno texto do Danilo Leonardi sobre o assunto, no blog CABINE LITERÁRIA, e um comentário do autor me chamou a atenção.

"Existem agentes literários no Brasil, mas o que se vê na maioria dos casos (este escritor não pressupõe, portanto, conhecer todos os agentes da lista telefônica brasileira) são jornalistas desesperados pelo dinheiro de alguma representação, assim aceitando qualquer coisa escrita em língua portuguesa, mesmo que incompreensível."

Parece absurdo? Mas não é. O crescimento recente do número de publicações e de novos autores no Brasil despertou o interesse de profissionais nem sempre escrupulosos. Minha opinião: há bons e maus profissionais nesse mercado (como em qualquer outro). Quer contratar um agente literário? Pesquise antes! Descubra se o profissional que você pretende contatar já agencia escritores bem sucedidos ou que, pelo menos, tenham seus livros publicados por grandes editoras. Desconfie de quem pede “adiantamentos” ou “taxas de adesão”. O verdadeiro agente é aquele que analisa o original, antes de aceitar representar o autor, e que acredita no potencial do autor e na qualidade do seu trabalho.

Outra matéria interessante que li sobre o assunto foi a da seção de cultura do jornal O GLOBO, que atenta para o crescimento de um mercado de adaptações. A matéria cita o nome da conhecida Lucia Riff, responsável pela Film2B (braço da sua agência responsável pela representação de autores para cinema e TV). 

Lucia Riff 

Menciona também a agente literária Marianna Teixeira Soares (essa eu conheço, e é muito simpática), que teve alguns livros dos seus autores vendidos para TV e cinema.

Procurei a Marianna há alguns meses e conversei com ela sobre agenciamento. Ela me indicou o trabalho da Natalie Araujo, analista e preparadora de textos filiada à MTS Agência de Autores. Trabalhamos juntos na primeira edição e na revisão do meu novo livro (já estou doido pra falar da obra, mas não posso ainda). A parceira tem dado certo.

E aí? Você precisa de um agente?